A Cidade
Um pouco sobre nossa querida Imbituba.
Imbituba é um município brasileiro situado no litoral sul do estado de Santa Catarina. De acordo com estimativas do Censo 2022 do IBGE, sua população é de aproximadamente 52.581 habitantes, distribuídos em uma área territorial de 182,9290 km². Conhecida como a capital nacional da Baleia-franca, Imbituba também abriga o ponto de origem do datum altimétrico, uma vez que o nível médio do mar na região apresenta menor variação, conforme registrado pelo marégrafo instalado no Porto de Imbituba.
História
Período Pré-Colonial
No litoral sul de Santa Catarina, há registros de ocupação humana datados de aproximadamente 6.000 anos atrás, com a presença dos grupos construtores dos sambaquis (montes de conchas). Mais recentemente, por volta de 700 anos atrás, a região foi habitada pelos povos indígenas Tupi-Guarani, que migraram da Amazônia, seguindo os grandes rios, como o Paraguai e o Paraná, até a foz do Rio da Prata, antes de se estabelecerem no litoral sul do Brasil.
Imbituba é um local de grande potencial arqueológico, com 43 sítios arqueológicos mapeados: 42 relacionados a povos pré-coloniais (como os sambaquis e os Tupi-Guarani) e 1 ligado à ocupação colonial e à prática da caça à baleia. Entre os mais recentes destaca-se o Sítio Pré-Colonial Aldeia Ribanceira I.
Do Período Colonial à Emancipação Político-Administrativa
Inicialmente pertencente à Capitania de São Vicente e à região de Laguna, Imbituba teve seu processo de povoamento iniciado com a presença de populações indígenas, naufrágios e conflitos entre Portugal e Espanha.
Em 1738, a Capitania de Santa Catarina foi criada para fins político-militares estratégicos, separando-se de São Paulo e subordinando-se ao Rio de Janeiro. Para aumentar a população, incentivou-se a imigração de açorianos e madeirenses durante a segunda metade do século XVIII, impulsionando o crescimento econômico e demográfico.
Foram criadas a Freguesia de Santa Ana de Vila Nova (1753) e a Freguesia de Vila Nova de Santana (1755). Em 1796, a Freguesia contava com 1.104 habitantes (915 livres e 194 escravizados), divididos em 242 famílias. Suas fronteiras englobavam áreas que hoje pertencem aos municípios de Imbituba, Imaruí e São Martinho.
No século XIX, Vila Nova tornou-se distrito de Laguna, e a economia local baseava-se na agricultura, atividades artesanais e na pesca baleeira, com forte dependência de mão de obra escravizada. A construção da Estrada de Ferro Theresina Cristina em 1884 impulsionou o transporte de carvão e outros recursos, consolidando o desenvolvimento regional.
O Município de Imbituba foi oficialmente criado em 30 de agosto de 1923 e instalado em 1º de janeiro de 1924, com Álvaro Monteiro de Barros Catão como primeiro intendente municipal. Contudo, sua autonomia foi suprimida em 6 de outubro de 1930. Somente em 21 de junho de 1958 ocorreu a segunda emancipação, com a instalação definitiva do município em 5 de agosto de 1958 e sua separação oficial de Laguna em 6 de outubro de 1959.
Nesse contexto de redemocratização, a primeira eleição direta para prefeito e vereadores ocorreu em 3 de outubro de 1958, com Nelson Souza (UDN) sendo eleito prefeito municipal.
Armação Baleeira
A pesca da baleia foi oficialmente estabelecida no Brasil no século XVII, quando, em 1602, Felipe II (rei de Espanha e Portugal) concedeu autorização para a captura de baleias-francas. Em 1796, por determinação do Marquês de Pombal, foi instalada a quarta armação baleeira do Brasil em Imbituba.
Na época, a gordura das baleias era utilizada como matéria-prima para iluminação pública em São Paulo e Rio de Janeiro, além de ser adicionada à argamassa usada no reboco de edificações. No entanto, a decadência das armações começou em 1801, com o fim dos monopólios e subsídios governamentais. O advento do petróleo americano e do querosene (1867-1870) e a fabricação do cimento Portland aceleraram esse declínio.
Somente em 1973, o ciclo da pesca da baleia chegou ao fim, levando a espécie à beira da extinção. Em 1982, ambientalistas liderados por Ibsen de Gusmão Câmara redescobriram as últimas baleias-francas brasileiras e iniciaram esforços para sua preservação. Atualmente, Imbituba abriga o Projeto Baleia Franca, uma ONG localizada na Praia de Itapirubá, dedicada à pesquisa e conservação da espécie.
Porto de Imbituba
A história do Porto de Imbituba está diretamente ligada à descoberta do carvão mineral no sul de Santa Catarina. Em 1835, a Assembleia Provincial solicitou ao governo imperial a criação de uma companhia para explorar o minério. Em 1837, o carvão foi oficialmente reconhecido, gerando investimentos na estrutura política e econômica, incluindo a construção da Estrada de Ferro Theresina Cristina e do próprio porto.
A exploração das jazidas carboníferas começou em 1876, com empresas como The Tubarão Coal Mining Company Limited e The Donna Thereza Cristina liderando os esforços. O porto inicialmente consistia em um trapiche de 70 metros, mas só ganhou infraestrutura completa em 1919.
Embora tenha enfrentado crises, como a dúvida sobre a qualidade do carvão em 1894, o Porto de Imbituba tornou-se o principal centro de escoamento de carvão do sul do Brasil até o início do século XX. Hoje, continua sendo um importante vetor econômico para o município.
Economia
A economia de Imbituba é impulsionada pela atividade portuária, através do Porto de Imbituba e do SCPar. Além disso, o turismo desempenha papel fundamental, com destaque para praias como:
- Praia do Rosa, considerada uma das 30 baías mais bonitas do mundo;
- Praia da Vila, conhecida por suas ondas ideais para o surf e palco do campeonato mundial de surf (WCT) entre 2003 e 2010.
Outras atrações incluem trilhas ecológicas, como a Trilha do Farol, e eventos esportivos nacionais e internacionais de windsurf e kitesurf realizados na Lagoa de Ibiraquera, reconhecida como um dos melhores locais para esses esportes no país.
Esportes
Na década de 2000, Imbituba ganhou notoriedade no cenário esportivo internacional ao sediar a etapa brasileira do Circuito Mundial de Surfe (WCT). Após ser transferida de Saquarema (RJ) para Florianópolis, a competição encontrou condições ideais nas ondas de Imbituba, tornando-a sede oficial do evento até 2010.
A partir de 2011, o WCT passou a ser realizado no Rio de Janeiro, devido ao maior retorno financeiro. No entanto, Imbituba continua sendo palco de importantes competições nacionais de windsurf e kitesurf, consolidando sua posição como um destino esportivo de excelência.
Imbituba é uma cidade rica em história, cultura e belezas naturais. Sua trajetória reflete a importância estratégica do litoral catarinense no desenvolvimento econômico e social do Brasil, enquanto sua vocação turística e esportiva atrai visitantes do mundo inteiro.